Crítica | Five Nights at Freddy’s 2 – Por que é uma das piores sequências de 2025?

Ninguém imaginava que Five Nights at Freddy’s se tornaria um fenômeno — mesmo com sua base sólida entre fãs dos jogos —, mas o terror “teen” à la Blumhouse conquistou o público em 2023. E aqui estamos novamente, acompanhando a estreia nos cinemas de Five Nights at Freddy’s 2, uma continuação direta que tenta ampliar o universo… e termina mais confuso, mais exagerado e incapaz de sustentar o próprio sucesso.

“Marionete” em cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

A grande novidade é a antagonista “Marionete”, transformada aqui em atração exclusiva da pizzaria original — e que surge querendo descobrir “o que temos dentro da cabeça”. Um questionamento que, ironicamente, nós também fazemos ao longo do filme inteiro por termos passado 1h 44min assistindo àquilo.

Deveria ser assustadora, mas rapidamente vira uma piada involuntária — muito por culpa da caracterização, que abandona o visual animatrônico em favor de algo “fantasmagórico”, lembrando mais um cosplay de última hora do que um vilão digno da franquia.

No papel, a ideia parece ambiciosa: essa entidade consegue transferir sua “alma” para pessoas, não apenas animatrônicos, criando uma ponte direta com a origem do mal no universo Freddy’s.

Cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

O problema é que, justamente aí, o charme se perde. O terror da franquia sempre esteve na relação entre espíritos e máquinas obsoletas, presas ao peso de memórias traumáticas envolvendo um “serial killer”. Quando isso se transforma apenas em mais um filme genérico de possessão, o diferencial evapora.

Na nova história, acompanhamos as consequências dos eventos ocorridos um ano antes no Freddy Fazbear’s Pizza. Rumores distorcidos e relatos exagerados transformaram o que aconteceu ali em lendas urbanas, inspirando a cidade a criar o primeiro Fazfest. Enquanto o vigia noturno Mike (Josh Hutcherson) e a policial Vanessa (Elizabeth Lail) tentam esconder da irmã de 11 anos de Mike a verdade sobre o destino dos animatrônicos, a jovem Abby (Piper Rubio) passa a ouvir um chamado inquietante vindo dos terríveis brinquedos. Ao se reconectar com Freddy, Bonnie, Chica e Foxy, a menina acaba despertando segredos sombrios sobre a origem da pizzaria Freddy’s.

Cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

Mckenna Grace é a nova adição ao elenco. Ela surge como uma jovem caçadora de atividades paranormais, acompanhada de dois amigos. Era a chance ideal para trazer um frescor real — algo próximo do found footage do início dos anos 2000, com exploração noturna e tensão de verdade. Mas o filme não aproveita nada disso. O trio serve apenas como escada para alguns sustos e mortes rápidas, e depois é descartado como se nunca tivesse existido. É o desperdício mais gritante da produção: personagens com potencial para sustentar metade do filme viram figurantes com duas falas.

Mckenna Grace em cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

A relação entre Mike e Vanessa ganha mais espaço e tenta trabalhar traumas e memórias compartilhadas — ou, ao menos, essa parece ser a intenção. Quando chega o momento decisivo, porém, Mike abandona completamente a coerência emocional construída até ali. A ruptura com Vanessa soa artificial, criada apenas para justificar o afastamento dos dois no final e garantir o gancho para Five Nights at Freddy’s 3, já confirmado para começar a ser filmado no início de 2026.

Cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

Um novo personagem ligado a Vanessa e William Afton (Matthew Lillard) surge apenas para reforçar que as desavenças familiares continuarão sendo o eixo da próxima continuação, mas não acrescenta nada relevante.

Abby também não funciona. Piper Rubio, tão carismática no primeiro filme, aqui parece desconfortável, presa a um arco que se resume a: menina triste → menina obcecada → menina chorosa. Emma Tammi retorna à direção ao lado de Scott Cawthon no roteiro, mas nada conseguem fazer para dar profundidade à personagem, que se torna apenas uma repetição cansativa do que já vimos antes.

Cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

O que realmente funciona são os animatrônicos. A equipe de efeitos práticos merece todos os elogios. Sempre que eles entram em cena, o filme ganha energia e propósito. São assustadores, carismáticos e continuam sendo o coração da franquia, com mais personalidade do que todos os humanos juntos.

O problema é que o filme tenta crescer para territórios que não domina. Ele expande a mitologia sem entender o que torna esse universo realmente interessante e ignora justamente aquilo que os fãs querem ver. No fim, Five Nights at Freddy’s 2 termina inchado e contraditório — não se assume como terror, não funciona como aventura e, pior, não tem história suficiente para sustentar uma trilogia. Esticaram tanto a narrativa que quase nada acontece neste segundo filme, deixando o público apenas à espera da “verdadeira” trama, prometida agora para o terceiro.

Cena do filme “Five Nights At Freddy’s 2”. Crédito: Divulgação / Universal Studios

Ainda assim, quem ama os animatrônicos encontrará momentos genuinamente divertidos e alguns easter eggs para os fãs dos jogos. Talvez isso seja suficiente para seu sucesso. Mas não muda o fato: é um dos piores filmes de 2025.

Nota: 2/5

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