Ethan Coen chega aos cinemas com um filme estrelado, que tem uma boa história, mas vai te deixar esperando o próximo capítulo.

Honey, Não! acompanha a detetive particular Honey O’Donahue (Margaret Qualley), que trabalha em uma pequena cidade da Califórnia. Seu novo caso envolve uma série de assassinatos ligados a uma misteriosa igreja liderada pelo reverendo Drew (Chris Evans). Quando é chamada para investigar um acidente de carro, Honey logo percebe que as peças de um enigma começam a se encaixar.
Sou fã do trabalho dos irmãos Coen, principalmente por suas histórias inusitadas, o visual de seus filmes e seus diálogos afiados, e Ethan Coen traz tudo isso para Honey, Não!. O tom caótico do filme funciona, e misturar isso com um elenco supercarismático deu muito certo. Pelo menos nessa parte.

Tudo isso faz com que a jornada de Honey seja muito gostosa de acompanhar. É aquele tipo de filme que você não vê passar, e quando termina, queria mais. O que desta vez faz ainda mais sentido, porque parece que falta um pedaço quando sobre os créditos.
Ethan Coen volta a dirigir sozinho, mas a sensação que fica é a de que seu irmão Joel Coen vai lançar a parte II a qualquer momento. O roteiro, que Ethan assina junto com Tricia Cooke, parece incompleto. O filme termina e o que restam são inúmeras dúvidas. São tantas situações e personagens que o longa apresenta e não desenvolve, que parece haver mais história fora do que dentro dele.
Essa sensação acabou superando tudo de bom que o filme construiu. Mesmo que você se encante com os personagens de Margaret Qualley, Aubrey Plaza e Chris Evans, vai ser impossível não pensar que é só isso no final.

Honey, Não! é um filme que pode até te divertir, mas, no fim, o pensamento que vai ficar é: valeu a pena?
Nota: 2,5/5
