Crítica | Frankie e os Monstros: a doçura que esqueceu de assustar e de empolgar

O Halloween sempre traz aquela leva de animações de “terror” que, no fundo, são mais fofas do que qualquer coisa. Frankie e os Monstros entra exatamente nesse grupo, e tudo bem com isso.

“Frankie e os Monstros”. Crédito: Divulgação / Paris Filmes

Dirigido por Steve Hudson e Toby Genkel e inspirado no livro Stitch Head, de Guy Bass, o filme mistura melancolia e leveza ao contar a história de uma criatura esquecida que só queria ser notado.

Frankie foi a primeira criação de um cientista excêntrico que dá vida a monstros e depois os esquecem dentro do castelo que vivem. Fiel e sensível, Frankie tenta conquistar o carinho do criador, mas nunca é realmente visto.

Quando um Show de Horrores chega ao vilarejo Morro Tosco prometendo fama e amor, Frankie acredita ter encontrado sua chance. O que poderia ser um mergulho sombrio sobre rejeição e identidade se transforma numa jornada sobre amizade e amor-próprio.

“Frankie e os Monstros”. Crédito: Divulgação / Paris Filmes

A animação é visualmente encantadora, colorida e contemplando o público infantil. Os monstros não assustam, e esse nem é o objetivo. Eles parecem saídos da imaginação de uma criança, misturando brinquedos, sonhos e solidão. Esse toque lúdico dá charme à produção, mas também a impede de alcançar uma textura mais sombria e memorável.

As partes musicais são o ponto mais fraco do filme. As canções soam deslocadas e poderiam nem existir — não fariam falta. Já nas cenas da trupe, o humor não convence e as piadas simplesmente não funcionam. É difícil rir, e a gente acaba torcendo apenas para voltar ao castelo e reencontrar os personagens que realmente importam.

Criação personagem do filme “Frankie e os Monstros”. Crédito: Divulgação / Paris Filmes

Porque é impossível não se apegar a eles: a Frankie, à pequena humana Arabella, e ao leal Criação, seu melhor amigo. É com eles que o filme encontra seu coração e mostra que o amor que Frankie tanto procura já estava ali o tempo todo, dentro do castelo e dentro dele mesmo.

Frankie e os Monstros não tenta assustar, e talvez seja isso que o torne fácil de gostar. Mas também é o que o impede de se destacar. O longa não alcança a ternura melancólica de Frankenweenie, nem a sensibilidade sobre vida e morte de O Estranho Mundo de Jack, e está longe da aventura empolgante de Hotel Transilvânia.

Frankie, personagem do filme “Frankie e os Monstros”. Crédito: Divulgação / Paris Filmes

No fim, sobra uma animação simpática, com boas intenções e alma gentil, mas que desaparece da memória com a mesma rapidez com que seu criador esquece suas criaturas.

Estreia nos cinemas: 23 de outubro de 2025.

Trailer do filme:

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