Desde que os canais de streaming se tornaram populares, muito se fala sobre dois tipos de produções: os filmes pensados para o cinema e aqueles feitos para ser a atração da semana nas plataformas digitais. Quase como os “filmes para TV”, que inclusive contam com categorias próprias em premiações. Mas Shadow Force – Sentença de Morte parece perdido entre esses dois mundos, sem força para a tela grande, nem identidade para o streaming.

Poderíamos compará-lo com Sr. e Sra. Smith com um toque dramático familiar, mas tudo é raso. Kyrah e Isaac, ex-agentes secretos foragidos da organização que os treinou, tentam proteger o filho enquanto fogem da tal “Sentença de Morte”. Mas Kerry Washington e Omar Sy não têm química suficiente para sustentar a trama. As emoções são artificiais, e até a trilha sonora soa forçada.

O vilão, interpretado por Mark Strong, também não ajuda: movido pela rejeição romântica da protagonista, seu arco é caricato. As viradas da história são anunciadas cedo, e os coadjuvantes seguem a mesma linha.

Restaria à ação a missão de salvar o filme, mas nem nisso Shadow Force consegue se destacar. As cenas dirigidas por Joe Carnahan são sem ritmo ou qualquer traço de originalidade. Em uma era em que o gênero pede cada vez mais adrenalina e ousadia, o longa entrega tiroteios e perseguições sem emoção.

No fim das contas, Omar Sy e Kerry Washington não são o casal certo para esse tipo de projeto, e o longa sofre com essa falta de identidade. Shadow Force – Sentença de Morte não entrega o que promete, nem como thriller de ação, nem como drama familiar. Perdido entre a estética dos filmes de streaming e a ambição de blockbuster, é uma produção que dificilmente encontrará seu público.

Shadow Force – Sentença de Morte estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 10 de julho.

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