O 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba chegou ao fim celebrando a força do cinema nacional contemporâneo. Com mais de 90 produções exibidas entre longas e curtas-metragens nacionais e internacionais, o festival consagrou como grandes vencedores os filmes “Cais”, da diretora baiana Safira Moreira, e “Apenas Coisas Boas”, do goiano Daniel Nolasco.

“Cais” levou três prêmios de peso: Melhor Filme da Mostra Competitiva Brasileira, Prêmio da Crítica (Abraccine) e o Prêmio do Público. A produção acompanha uma jornada poética e íntima pela Bahia e Maranhão após a morte da mãe da cineasta, refletindo sobre memória, tempo e luto.
Já o longa “Apenas Coisas Boas”, um romance rural LGBTQ+ ambientado nos anos 1980, foi premiado nas categorias Melhor Roteiro, Melhor Som e Melhor Direção de Arte. A obra confirma Daniel Nolasco como um dos principais nomes do cinema queer brasileiro, com uma narrativa intensa sobre desejo, solidão e repressão no interior de Goiás.

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Outros destaques nacionais
- “Explode São Paulo, Gil” – Melhor Direção (Maria Clara Escobar) e Melhor Atuação (Gildeane Leonina)
- “Aurora” – Melhor Fotografia (Wilssa Esser e Camila Freitas)
- “A Voz de Deus” – Melhor Montagem (Yuri Amaral)
Entre os curtas brasileiros, os vencedores foram “Fronteriza” (Melhor Curta) e “Americana” (Prêmio Especial do Júri), além de “Girassóis”, que levou o Prêmio do Público e o Prêmio Canal Brasil de R$15 mil.
Mostra Internacional e Novos Olhares
Na Mostra Internacional, o prêmio de Melhor Filme foi para “A Árvore da Autenticidade”, uma coprodução Bélgica/Congo que investiga as marcas do colonialismo e suas conexões com a crise climática. Já o Prêmio Especial do Júri foi para “Ariel”, de Espanha/Portugal.
Entre os curtas internacionais, destaque para “Conseguimos Fazer Um Filme”, de Portugal, e “O Reinado de Antoine”, de Cuba (Menção Honrosa).
A Mostra Novos Olhares premiou o filme “Voz Zov Vzo”, do artista carioca Yhuri Cruz, uma obra experimental que propõe uma releitura racializada da ditadura militar brasileira.
Encerramento que reforça o poder do cinema nacional
O 14º Olhar de Cinema encerra sua edição como um dos festivais mais relevantes do país. Ao destacar vozes femininas, negras, LGBTQIA+ e histórias reais que atravessam o Brasil profundo, o evento reafirma sua importância como vitrine para o cinema que emociona, questiona e transforma.

Crédito: Walter Thoms
Confira a lista completa dos premiados no site oficial do festival: www.olhardecinema.com.br
