Crítica | DNA do Crime: Segunda temporada eleva a ação e mostra que o Brasil sabe fazer série policial explosiva

Com menos DNA e mais crime, série brasileira da Netflix retorna em nova temporada de tirar o fôlego.

DNA DO CRIME 2. Maeve Jinkings, Rômulo Braga, Alex Nader, Thomas Aquino.
Crédito: Divulgação/Netflix

A primeira temporada da série em 2023 já havia sido um sucesso, o que garantiu o retorno para esse segundo ano, e ainda bem, porque havia muitas pontas soltas ao final do primeiro ano. Mesmo com a prisão de Sem Alma, as pistas levavam a uma operação muito maior, e aqui nós temos o foco para o segundo ano.

Novos casos reais

Mais uma vez, o roteiro de Barcellos e Bruno Passeri traz crimes reais como inspiração. Se na primeira temporada a história foi baseada em um mega assalto em 2017 a uma empresa de transporte na fronteira entre Paraguai e Brasil, dessa vez a inspiração vem de três casos famosos.

O primeiro é o Assalto ao Banco Central, que ocorreu em 2005 em Fortaleza. O caso já foi inspiração para muitas histórias, e foi aquele assalto onde os bandidos cavaram um túnel ligando uma casa até o banco, praticamente o mesmo modus operandi que a quadrilha fantasma usa nesta segunda temporada.

No quarto episódio, a série se inspira no assalto em Araçatuba, em 2021, onde a quadrilha explodiu muitos caixas eletrônicos e usou reféns como escudos pelas ruas da cidade. Esse episódio é um dos pontos altos da série no quesito ação.

Outro caso abordado é o assalto em Confresa, no Mato Grosso, em 2023. Nele, uma quadrilha invadiu uma transportadora de valores, gerando uma caçada de muitos dias, que terminou com vários criminosos mortos ou presos.

Para o showrunner da série, Heitor Dhalia, boas ficções têm um pé no real, como ele afirmou em entrevista ao Estadão. Ele disse ainda que a criminalidade no Brasil chegou a um nível tão impressionante, que gera essas histórias marcantes. Essa relação realmente pode justificar a qualidade e a curiosidade do público.

O foco na ação

Na primeira temporada, um dos pontos altos da investigação foi o uso do DNA para conectar os crimes que estavam acontecendo e descobrir o plano maior por trás do assalto. Já na segunda temporada, o uso das técnicas forenses é quase deixado de lado, já que a série praticamente continua a mesma investigação, usando pouco o mecanismo que dá nome à obra. Inclusive, todas as vezes que tenta usar o DNA, parece ser apenas para justificar o título.

Isso até poderia ser um problema maior, se o restante não fosse tão bom, mas é tão bom que praticamente compensa qualquer falha nesse aspecto. As cenas de ação estão ainda maiores nesta segunda temporada. Com bandidos cada vez mais violentos, a resposta da polícia é à altura, e os confrontos — que envolvem tiroteios, explosões e perseguições — são realmente de tirar o fôlego. São tão bem construídas e gravadas que a sensação de que qualquer coisa pode acontecer permeia os episódios, o que é ótimo para uma série de ação.

Crédito: Alexandre Schneider/Netflix

Maeve Jinkings e Rômulo Braga voltam ainda melhores aos papéis de Suellen e Benício. A série soube dar um tempo importante para desenvolver o lado pessoal dos personagens, mas de forma contida, o que reforça a ideia de que esses profissionais muitas vezes deixam suas vidas de lado para focar na caça aos criminosos. Isso traz ainda mais veracidade aos personagens, e principalmente Maeve Jinkings trabalha isso de forma incrível. O episódio que envolve a relação dela com a filha é intenso, e muito por conta do trabalho da atriz.

A série manter Thomas Aquino na trama foi outro grande acerto. Mesmo com a prisão de Sem Alma no final da primeira temporada, os roteiristas deram um jeito de colocá-lo de volta na história. E a presença de Thomas nas cenas eleva a série a outro nível. Tanto o ator quanto o personagem trazem uma sensação de perigo iminente que fez muito bem para o segundo ano. Alex Nader, que faz o Isaac, também entrega esse mesmo efeito. Quando a série finalmente junta os dois, faz um paralelo muito interessante com a dupla de policiais Suellen e Benício.

Futuro da série

Mesmo ainda sem uma terceira temporada confirmada, a série faz a mesma aposta que fez no primeiro ano: deixa pontas soltas e a promessa de um confronto ainda maior entre polícia e criminosos, sinalizando que uma sequência pode ser ainda mais intensa. Como sabemos, o sucesso de público é um balizador importante para que a Netflix renove suas produções, e DNA do Crime começou com números menores, mas conseguiu dar a volta por cima e apareceu entre as mais vistas da plataforma.

DNA DO CRIME 2. Maeve Jinkings como Suellen. Crédito: Alexandre Schneider/Netflix

Uma boa notícia para quem quer ver mais um capítulo dessa história, e, quem sabe, o desfecho da perigosa quadrilha fantasma.

Todos os episódios das duas temporadas de DNA do Crime já estão disponíveis na Netflix.

Confira trailer:

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